sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Sobre amor próprio e o que fazer com ele. [J.C.S]



Eu me apaixonaria por mim mesmo caso eu visse alguém vestido como estou nessa foto, não pela roupa, mas pelo significado do que estou vestindo, minha própria cara. Olhar no espelho, colocar uma camiseta, uma calça, passar um tempo arrumando o cabelo e o sapato velho de todo dia, assim como essas coisas muito simples que faço praticamente todos os dias. Não é sobre o preço, ou sobre a marca ou a roupa. É olhar no espelho e se ver, vestindo e sentindo-se tão feliz e livre quanto estar nu olhando pra ele. Sou dessas pessoas que pra estar vestido olhando para o espelho antes já passou por um banho onde provavelmente dancei qualquer música que estava tocando enquanto me ensaboava ao som dela, talvez eu tenha cantado essa música como se fosse uma diva em seu show particular, cantando para uma multidão imaginaria que sempre adora meus shows durante o banho. Antes de me vestir eu sou tantas faces de mim. Faço o pirocoptero alguns dias e em outros dispo-me da toalha como uma dama tira seu vestido. E acho que hoje em dia eu tenho mostrado mais de mim mesmo, mesmo quando estou vestido, por entre a gente, gente que eu sei que olha pra mim, gente que eu estou vendo também, todos os dias nas obrigações diárias e outros na rua ou em um dos ônibus que pego para o trabalho. Não me importo com o que estão vestindo também. Porque eu prefiro olhar nos olhos e não na qualidade/beleza da roupa ou se é um uniforme parecido com o meu ou diferente. Eu tenho mostrado mais de mim mesmo também a essas pessoas todas que passam por mim. E por isso hoje eu me olho no espelho e me sinto feliz, porque eu tenho muito carinho pela pessoa ali dentro do espelho, e se eu olhar de perto, nas minhas conversas internas, os olhos daquela pessoa me dizem que essa pessoa tem muito carinho para dar .

Estamos em época de começo de ano e todas as pessoas com crenças religiosas ou não definem como “uma nova rodada” do tempo ou da vida. Preparam-se pra novos desafios diários, fazem desejos internos clamando ao deus que crê e fazendo promessas a si. Prometemos na maioria das vezes que seremos melhores. Mesmo com a rotina que nos esmaga. Nós podemos batalhar mais, rir mais e amar mais. Tentaremos fazer coisas novas ou mais das coisas boas que fizemos no passado. Vamos aprendendo como viver a cada dia e já sabemos disso, aprendemos que roupas não nos definem, que pele não nos define, quais bandeiras nos representam e sabemos que a realidade na maioria das vezes nos vem com demandas. Mas que não podemos esquecer que somos uma eterna descoberta de nós mesmos e que cada ser em volta ou acontecimento presente transforma o mundo e nós mesmos de maneiras diferentes, somos partes de uma engrenagem caótica do universo em expansão. Não somos tão responsáveis assim pelas nossas atitudes sendo que nos distraímos as vezes com coisas sem tanta importância. As vezes nos esquecemos da mensagem da Raposa no livro do Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. E que todas as pessoas, por uma simples questão de calendário em alguns dias próximo do final do ano se fazem promessas de serem melhores e que podemos ajudar. Podemos ajudar cada senhora que passa por nós subindo a rua de casa com um sorriso e um “bom dia”. As vezes só um sorriso mesmo depois de olhar alguém, olhar o que as pessoas vestiram se olhando no espelho ou não, construindo essa roupagem pra encarar a vida e mostrar mais da própria essência, reconhecer isso, olhar nos olhas da pessoa e a reconhecer como igual e digna do mesmo carinho que você dá a si mesmo.

Já parou pra pensar que tu nunca viu a própria cara, a não ser em fotos ou refletida em algum lugar? Você nunca pôde olhar nos seus olhos como as outras pessoas olhariam e a essência do que somos se mostra ali e em tudo que há em volta. Mostrando quem você é, suas cicatrizes, suas marcam de idade, ou espinhas, os adornos e o que escolherem pra vestir hoje. Qual cara mostrar? A melhor que tivermos! Tentando carregar nos olhos a felicidade de ser quem somos. Saber que é livre dentro do próprio corpo, esteja ele ou não nos padrões sociais, esteja ele com a roupa que for mais confortável ou com o que você acha que te dá um up no visual. Porque no fundo devemos ser aquela pessoa que de tão feliz canta junto com a música, que dá bom dia na rua, que sorri a desconhecidos, agindo de forma boba as vezes e dramática também, é mais gostoso quando a gente reconhece os próprios erros por exemplo e não tem medo de esconder, damos exemplos da nossa essência quando somos carinhosos com nós mesmo quando olhamos E pensamos “Eu errei. Tudo bem, tentarei ser melhor da próxima”. Eu gosto de tratar as pessoas com o carinho que eu gostaria que tivessem comigo. Eu acho que lá no fundo é isso que pode fazer da realidade algo mais feliz.

Porque podem nos ter colocado na cabeça que somos soldados lutando por liberdade, que tudo que queremos conquistar exige uma luta e que você perderá de alguma forma, que cada escolha é uma renúncia e que devemos revidar quando a vida nos colocar pra baixo, devemos lembrar que não é no final da vida que estaremos bem, é no caminho que as coisas acontecem. E ai o mundo pode te quebrar e chacoalhar isso só te fará mais forte caso continue mostrando do que você é feito. De ideais, de desejos, de crenças e que acredita que pode ser melhor a cada rodada da vida. Vamos nos fazer todos acreditar nisso e isso vai nos manter vivos. Que sejamos todas essas pessoas apaixonantes que querem se manter vivos, amando cada passo do caminho e que cada presente compartilhado possamos tratar as companhias dessa caminhada com o mesmo carinho que devemos olhar pra nós mesmo. Porque eu sou livre para amar e se a caminhada puder ser assim eu acredito que será melhor. Porque não é sobre o que juntamos pra nós, é sobre o que espalhamos, não é sobre ser melhor que o outro é sobre ser melhor que ontem.

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