Quando a gente se reúne com amigos, daqueles que pensam como
a gente, que são parecidos e que a gente tem tanta coisa pra conversar. Quando
a gente se une porque se faz bem e reserva uma parte de um tempo para estar
junto porque se faz bem e passa muito tempo, ou todo o tempo que pode ou um bom
tempo quando pode com esses amigos, você vai tendo muitas conversas e
descobrindo que mesmo amigos, mesmo fazendo bem um ao outro, mesmo sendo tão
parecidos, mesmo assim ainda são tão diferentes. Quando você vai conhecendo
alguém você descobre coisas dela que você não viveu, sabe de medos, traumas,
família, romances, a falta de romances... Vai vendo como a pessoa se comporta
perante as situações que ela te conta e que você não estava lá. E se mesmo
vendo que a pessoa age de forma diferente da que você agiria você gosta do
jeito diferente dela ser, você percebe que gosta dessa pessoa e que quer passar
mais tempo com ela. Porque ela é boa para você, porque ela te faz bem, porque
ela te ouve. Porque mesmo demorando 6horas pra responder uma mensagem, ela
responde. E quando responde você meio que gosta da resposta. E se a demora pra
responder foi algo importante, você conversam sobre o porquê da demora, se
entendem e voltam a falar sobre o que realmente importa. Como você tá hoje?
Talvez seja uma maneira de recomeçar.
Talvez você tenha
pensado nas ultimas linhas sobre um relacionamento amoroso, mas saiba que não
era a intenção. Eu passo e passei por situação assim com várias rodas de amigos
que a gente senta pra conversar. Uma das coisas que crescem em meio as coisas
que fazem bem é amizade. Porque ela é uma das mais verdadeiras expressões de
amor. Talvez você não namore, mas tenha um amigo pra mandar mensagem as 3horas
da manhã caso algo te preocupe. Talvez nada te preocupa tanto porque você sabe
que tem amigos que podem lhe fazer mais bem que o problema que te preocupa
possa fazer mal. Talvez quando disseram: “já que não ama, faça como se amasse”
estavam falando em relação a convivência “faça como se fizesse para um amigo”
ou “ama como a ti mesmo”.
É interessante que numa conversa de madrugada com um amigo
possa te fazer reflexionar sobre o livre arbítrio e o estado natural do ser
humano construindo aos poucos normas mais amorosas de se conviver, mesmo
falando sobre um jogo de tiro do velho oeste americano. É bom ter gente pra
conversar, a gente cresce tanto quando partilha nossas inteligências, a gente
muda tanto quando entende as diferenças. Temos que dar mais valor as relações
que construímos, elas vão se tornar algo no futuro que não nos pertence. Eu não
sinto falta de alguém na minha vida, porque eu tenho a mim mesmo amado como sou
por mim mesmo e isso fica claro a todas as pessoas que chegam a ponto de irmos
nos descobrindo, nos amando de várias formas e construindo um futuro que quando
a gente olha pra trás vê que ele chegou e a caminhada foi leve como a vida tem
que ser.
É tipo aquela coisa sobre cuidar do jardim que as borboletas
vem. Antes disso temos que ver na verdade que em todas as nossas esquisitices somos arvores frutíferas que andam por ai sozinhas no grande quintal que é o
mundo e se resolvermos fincar raízes em alguns lugares vai ser ótimo, mas temos
que olhar o belo caminho que deixamos e as sementes que cresceram e onde
cresceram, não tem mal nenhum em retirar algumas ervas daninhas e em reservar
algumas sementes suas para terrenos mais férteis, mas temos que saber que estas
sementes que carregamos de nós mesmos é a forma de permanecermos na existência do
mundo. É necessário plantar, mesmo que não se pretenda colher. O mundo precisa
de mais arvores como nós, o mundo precisa reconhecer mais a beleza estanha que
trago em mim.
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