Amor.
Não sei se é certo colocar ponto final depois de uma palavra dessas, mas as
vezes, só as vezes o amor é como um livro, tem um início chato e misterioso
onde vão se descobrindo as personagens e se apaixonando por elas. Chegando ao
meio do livro e vivendo as suas histórias dramáticas, românticas, cômicas e as
vezes até de horror ou um misto pessoal de tudo isso que o livro te ofereceu.
Amor, como os livros te prende de um jeito que jamais irá sair de ti, mas
terminam. Terminam mas não com um ponto final, o ponto final na verdade torna o
fim da história real, torna a história real, por ter um final. Um ponto. A história
desde o início, desde o prefácio, até a capa vem lhe seduzindo e ensinando
algo, seja o que for, mas para o ensinamento ser completo o livro precisa de um
final, assim como o amor precisa ter vários finais e recomeços. A história
acaba porque o escritor ou as personagens aprenderam, ensinaram e passaram por
tudo que tinha que ser vivido/escrito até ali.
Não sei como anda o clima ai onde está. Ou como estão as coisas, mas aqui, hoje
choveu. Choveu sem avisar, sem ninguém prever, o céu simplesmente escureceu
rugiu e bradou, o vento batia tão forte quanto as lembranças que tenho de você
e o tempo estava fresco como as cicatrizes que meu peito carrega. Pra mim o céu
chorava e se misturava as gotas salgadas que escorriam no meu rosto. Eu fui
chuva e o céu chorou, e chuva e choro servem pra lavar a alma. Pensei em correr
pra não me molhar, mas olhei pra cima, fazia tempo que não chovia dessa forma,
fazia tempo que eu não erguia a cabeça, fazia tempo que eu não escrevia, fazia
muito tempo que eu não te amava alegremente.
O que
eu posso dizer por enquanto é que eu ainda te amo pra sempre.
Amor? Talvez seja eterno, mas não dure pra sempre, assim como o livro que não é a folha mas a história que ela carrega.
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