terça-feira, 23 de junho de 2015

A Pausa que estamos precisando...


Eu sei que as vezes escrevo ao estilo “Carpe diem” essa filosofia de burgues que tanto odeio, eu sei que as vezes sou muito Pollyanna paz e amor que me irrita, eu sei que as vezes me entrego a uma brisa que nem sei de onde vem, mas é porque penso muito antes de escrever, é que a arte que sai me transborda e antes disso ela é regada, cultivada e adubada dentro de mim, uso as palavras pra quem sabe espalhar coisas boas, então os pensamentos que jogo ao mundo tem que transparecer isso, no dia a dia sou bem diferente acreditem, a resposta está sempre na ponta da língua e quase nunca ela é amável mas sempre sincera. E hoje de forma diferente eu sentei e apenas queria botar pra fora sabe lá o que. Ando sem escrever a um tempo, fui pego por uma febre que me deixou alguns dias na cama e fiquei muito reflexivo, já pararam pra olhar pra onde estamos correndo? 

Assim que acorda uma pessoa hoje em dia tem uma 50 mensagens no whatsapp pra ler e responder, algumas notificações no Facebook, coisas que nos marcaram e devemos ver, fotos que alguém postou, a atenção que nos é dada ao curtirem nossas fotos no instagram, responderam o e-mail que mandei ontem no final da tarde? Tenho que verificar, tem coisa nova no Twitter também e tenho que tomar banho e sair pra trabalhar pois infelizmente notificação alguma paga minhas contas por enquanto. Nossos cérebros andam mas ativos, criamos uma urgência da resposta rápida ao que não está presente, tem um comercial passando que fala que a distancia não existe mais, conseguimos contatar qualquer um via internet hoje em dia, por mais que a pessoa demore pra responder, não é mais preciso esperar o final de semana pra contar aos amigos algo que me aconteceu na empresa, ou alguém que veio falar comigo, novos flertes, novas pessoas, novas tarefas, as fofocas de sempre, INFORMAÇÃO. Informação que nos é jogada a cada segundo se continuarmos a olhar para a tela do celular, risadas que damos sozinhos no ônibus e parecemos loucos, a quantidade de vezes que lemos a palavra SAUDADE, vinda de alguém em algum lugar que postaram em alguma rede social é preocupante, paramos de viver pra viver nos informando.


Não estamos dando mais a devida atenção aos passos que damos, não estamos ouvindo mais nem a cantoria surda do cinza da cidade, tenho tanto pra falar mas se quiser discutir algum assunto é mais fácil postar algo provocativo pra ver quem está disposto a debater, eu quero falar mais, eu quero até escrever mais, está realmente acontecendo muita coisa e é difícil acompanhar, mas eu quero discernir sobre a intolerância religiosa que anda tendo, sobre a musica que ando fazendo, sobre as pessoas que eu conheci, eu quero viajar e ver minha tia que não mora nem tão tão distante assim, ou ir a cidade ao lado ver minha prima que já deve estar maior, posso também andar 20 minutos e visitar minha mãe, mas sem chegar lá pra acessar o wifi e me perder novamente, pra onde ando correndo? Pra onde estamos indo? Vamos chamar de vida isso que estamos tendo olhando pra nossas telas, mas vamos nos permitir algumas pausas, vamos esquecer um pouco onde deixamos o celular, depois a gente procura, vamos olhar nos olhos, ler a linguagem corporal, admirar pessoas no caminho do trabalho sem ter que tirar uma foto discreta e mandar no whats pra alguém ver também, porque uma hora, a gente precisa de calor humano, de um abraço, de um afago no cabelo, ouvir a risada espontânea que não veio por áudio, porque o destino, a vida eles dão jeito pra tudo, se você está correndo demais as vezes se encarregam de te deixar uma semana de cama pra você parar obrigatoriamente pra pensar, e se precisar de alguém, você pode ser apenas mais uma mensagem de “SAUDADE” na postagem de um amigo. Vamos nos permitir mais, abraçar mais e quem diria que eu um dia pediria isso mas vamos escrever menos, vamos amar quem está próximo porque a vida passa, e quem tem que dar uma pausa pra curtir somos nós, deixa ela passar um pouquinho na sua frente as vezes...





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