quinta-feira, 23 de abril de 2015

Amor Balalaika




Tudo o que eu mais queria era saber o que que você tem que me faz ficar assim, você não me faz bem algum, me sinto preso a um passado que pertenceu apenas a mim, me sinto de volta a um lugar que era apenas eu brincando de ser dois, mas acabei menos que metade. É em mim o problema? Eu sou vulnerável apenas a você? Eu queria entender a alegria que me da a ideia de te deixar mal por um segundo que seja, mas que não é comparável a como me sinto no dia seguinte.

Você assim como a vodka me ressaca no dia seguinte, eu vou te bebendo me enchendo de uma falsa alegria que vai tomando conta de mim, vou falando, falando e girando, vou de um assunto a outro sem nem terminá-los, eu quero te ouvir falar, mas você está sóbrio demais da minha alegria, parece não ter gostado do sabor do meu sorriso, não partilhar da mesma embriagues de sentimento, e sua solidez me tonteia, eu abro minhas asas e elas não parecem ser o suficiente pra voar, estou sem rumo, você é tão oposto e estou começando a achar que isso não é atraente, a ânsia que antes era de te ver hoje é de te ouvir. O que aconteceu com a gente? Nós tivemos quase tudo, mas hoje nossa historia parece uma corrida estressante de cavalos em que disputamos cabeça a cabeça qual mundo é o real... Eu acho que preciso de outra história, me trancar no banheiro e retocar a maquiagem não tem sido o suficiente.

Eu não quero guardar dor alguma dentro de mim, na verdade o que eu quero guardar você não tem me oferecido, eu devo ser um pote quase transbordando de boas lembranças, pois isso gera a felicidade que almejo para mim, eu olho em volta e vejo muitos narizes para baixo pra poucas cabeças erguidas, não quero ser mais uma dessas pessoas que andam olhando para o chão, por precaução, pra evitar uma queda, se for pra escolher entre o cinza das calçadas que ando e o céu azul que zela por mim eu prefiro tropeçar em algumas pedras, mas sinto que lhe devo algo, queria descobrir a mim com você ao meu lado, me dói sentir que você não me basta, você é tão ato e eu tão espirito e ando querendo jogar meus segredos pela janela, pois o que está guardado no meu peito pertence ao mundo assim como eu não pertenço a um divã.

Sabe qual o preço da duvida? Tempo. Morro lentamente esperando por você, somos a bola de canhão que foi lançada ao vento e inevitavelmente vamos cair por mais alto que podemos ter ido, a gravidade ainda nos chama de volta a terra e sinto que onde pousarmos haverá destruição, e pra você esta bom assim, eu preciso sentir outros sabores, viver pra mim, voar... e eu preciso te pedir desculpas, onde eu não quero nada, nada falta e ando cheio de quereres que é do que não há em ti. Eu preciso partir, partir para chegar, partir daqui para estar onde eu deveria, e acho que só chego lá me embriagando nos meus sonhos, me entontecendo de esperanças e abrindo minhas asas sem medo... Você era a vodka que me entorpeceu, mas agora a garrafa está vazia, já repousei a cabeça girando em algum lugar e limpei a minha boca que quando acordei estava com um gosto estranho, fiz minha maquiagem e estou partindo porque acabou o final de semana que desejávamos ser eterno, a garrafa esta vazia e a vida chama e vou me inebriar de mim mesmo, porque a partir de agora até a segunda feira é minha e vou vive-la como devo, como quero. 



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